Godzilla vs Kong traz potencial, mas peca no roteiro fraco
Existem filmes que se destacam pelo roteiro, filmes que se destacam pelo elenco, pela trilha sonora ou ainda filmes que se destacam pelos efeitos visuais. Esses últimos, ganham destaque principalmente devido a qualidade da tela onde são assistidos, atribuindo a quem os vê no cinema uma experiência superior a quem vê em uma tela de televisão ou de computador. É possível ainda, que a opinião do público sobre tal filme seja fortemente influenciada por onde a pessoa verá a produção. Infelizmente, em um tempo de pandemia, muitas não ganharam o direito de escolher onde seriam lançadas e tiveram sua exibição, inicialmente programada para os cinemas, acontecendo em serviços de streaming. Esse foi o caso de Godzilla vs Kong.
Buscando continuar a história dos filmes de 2017 e 2019, Godzilla vs Kong estreou em diversos cinemas ao redor do mundo, além de chegar ao HBO Max nos Estados Unidos. O Brasil ainda não tem a plataforma disponível, algo que só deve acontecer em junho/julho. Desde o título até os inúmeros trailers divulgados, o filme prometia trazer o confronto icônico entre dois dos maiores titãs do cinema: Godzilla, ou Gojirah no japonês original, enfrentaria Kong, o estrondoso macaco apresentado na Ilha da Caveira. O Monstroverso criado principalmente no filme do lagarto gigante de 2019, agora ganhou novas formas e novas figuras, trazendo Godzilla como o grande e temível Rei dos Monstros.
O Filme
Godzilla vs Kong retoma a trama iniciada em Godzilla: Rei dos Monstros, se passando alguns anos após o terceiro filme da franquia. É possível entender a linha do tempo a partir da personagem de Millie Bobby Brown, ainda adolescente, mas já menos traumatizada pela morte da mãe (Vera Farmiga). Ela e o pai (Kyle Chandler) são alguns dos poucos rostos conhecidos que o filme traz de volta, algo que pode ser considerado um ponto negativo ou ainda, um furo no roteiro. Por se tratar de uma continuação, era esperado que rostos como os de Tom Hiddleston, Brie Larson, Elizabeth Olsen e até mesmo Bryan Cranston aparecessem por lá. Ao invés disso, o filme apresenta novos personagens e espera que faça sentido diante de uma trama que continua o que já foi apresentado anos antes. Não faz.
A nova versão da história traz Kong já aprisionado em uma redoma que circula a Ilha da Caveira, algo que também não é explicado. O gorila vem sendo monitorado pelos humanos, que mais uma vez acreditam ser superiores a natureza. Em contrapartida, Godzilla está alterado e pela primeira vez em muito tempo, está atacando os humanos sem nenhuma razão aparente. E qual não é a ideia brilhante que os cientistas responsáveis pelo projeto Monarca tem? Colocar Godzilla e Kong se enfrentando, enquanto assistiram de casa, comendo pipoca e observando a destruição dos monstros. Não é bem isso que acontece, afinal, criaturas de milhares de toneladas duelando em meio a cidade não poderia resultar em nada diferente do que o filme nos mostra. Caos, destruição, mortes e muitas explosões são apenas o começo de Godzilla vs Kong.
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O elenco
Como já mencionado, o filme tem o retorno do mais novo rosto de Hollywood, Millie Bobby Brown. A menina se junta a Alexander Skarsgård, Rebecca Hall, Eiza González e muitos outros, formando um elenco completamente desnecessário em meio aos verdadeiros protagonistas do filme. Millie entrega uma de suas piores atuações até agora, trazendo um papel tão irrisório que o estúdio poderia economizar bons milhares de dólares com sua contratação. O mesmo serve para Skarsgård, cuja atuação é pífia e boba. Dois grandes nomes de Hollywood, com enormes qualidades, mas cujos talentos foram jogados dentro da boca de Kong, o melhor personagem da história.
Adam Wingard, diretor do filme, investiu todo o seu tempo nos monstros, mas poderia ter pensando em formas de melhorar o visual do Godzilla. Nos primeiros momentos, o lagarto gigante parece ter saído diretamente de um jogo de videogame de 2015 e chega até a estranhar o público. Já Kong, mostra ter recebido um investimento no visual desde A Ilha da Caveira e os detalhes do personagem são sublimes. Afinal, Godzilla vs Kong é um filme puramente visual e seu grande trunfo fica por conta dos efeitos especiais e dos cenários paradisíacos criados para abraçar as criaturas gigantes.
O maior pecado de Godzilla vs Kong é o mesmo não ter sido visto apenas nos cinemas. Essa é uma das clássicas produções que arrancaria suspiros do público a cada explosão, a cada soco dado e a cada prédio destruído. Ver em casa não traz a mesma emoção e nem mesmo assistir no mais alto volume dará metade da sensação que o filme merecia ter. Godzilla vs Kong precisaria de uma tela IMAX ou de algo de tamanho e qualidade iguais aos dos monstros que o filme nos mostra. Uma pena, sem dúvida.
Godzilla vs Kong está disponível no HBO Max e nos cinemas ao redor do mundo.