O adeus a Paulo Gustavo, um dos maiores humoristas do Brasil

Ô Paulo.

Pensar em comédia era pensar em Paulo Gustavo, Tata Werneck, Ingrid Guimarães…era pensar em Paulo Gustavo. Enquanto muitos celebravam o Dia de Star Wars ao redor do mundo, o Brasil se uniu pela primeira vez desde muito tempo. Na história da arte e da cultura, o dia 4 de maio será sempre lembrado como o dia em que nos despedimos de Paulo Gustavo. O humorista brasileiro de 42 anos vinha lutando fortemente contra o mal que assola o mundo desde o fim de 2019. Paulo foi mais uma vítima da Covid-19, mas para todos nós, está longe de ser só mais um. Paulo foi mais uma vítima de um governo irresponsável e sem escrúpulos, que negou a compra de vacinas desde o começo, vacinas que poderiam salvar Paulo, João, Maria e tantos outros.

Já era esperado, infelizmente. As notícias não eram boas e o quadro irreversível indicava aquilo que ninguém queria admitir. Internado desde o dia 13 de março, Paulo era jovem, sem comorbidades que justificassem sua partida tão prematura. Paulo foi mais uma prova do quão traiçoeira essa doença é e tantos Paulos já levou.

Paulo Gustavo foi um dos melhores humoristas da história da televisão e do cinema, mas se permitem a opinião pessoal, para mim era o melhor de todos. Paulo ficou conhecido pela forma de falar, pelas lutas que trazia para as telas em forma de comédia e pelo humor ácido que há muitos tanto fez rir. Fui uma delas. Paulo Gustavo foi homem, mulher, criança, foi o que ele quis ser…e nós sempre estávamos prontos para aplaudir. Paulo protagonizou o filme mais visto da história do cinema brasileiro e durante um tempo, não haverá alguém que consiga fazer o que Paulo Gustavo fazia.

 

Há muito tempo não via uma unanimidade tão grande dentre o povo brasileiro como vi ontem, a partir das 22:04, quando o plantão da Globo anunciou o que não queríamos nunca ter de ouvir. Ô Paulo. Não houve uma só pessoa em minhas redes sociais que não tenha chorado, lamentado ou ao menos compartilhado um adeus a Paulo Gustavo. Paulo era unanimidade, não havia uma só pessoa que não gostasse de seus filmes ou ao menos admitisse seu talento. Paulo foi gigantesco durante o tempo breve que ficou em terra. Paulo reuniu esquerda, direita, rockeiros e funkeiros, vascainos e flamenguistas em uma única corrente. Todos quiseram dar adeus. Até mesmo a rainha do pop, Beyoncé, tirou um pouco de seu tempo para lamentar a perda de um de seus maiores fãs.

Não me recordo a última vez em que artistas, políticos e toda a população se uniram em uma despedida. Para apontar uma recente, vou lembrar de Chadwick Boseman, outro grande nome do entretenimento que foi cedo demais. Diferente dele, porém, a morte de Paulo poderia ter sido evitada…A despedida de Chadwick foi linda, mas nem mesmo um herói da Marvel conseguiu superar o choro massivo do povo brasileiro. Paulo é gigantesco.

Ainda vai demorar um pouco para voltarmos a gargalhar diante de Minha Mãe É Uma Peça, cujo quarto filme ficará para sempre no coração do brasileiro. Você que tanto nos fez sorrir Paulo, agora traz lágrimas que irão perdurar ainda por um tempo. O Brasil vai precisar aprender a viver sem a comédia de Paulo Gustavo, mas vamos conseguir, por ele.

Desliga a televisão, fecham-se as cortinas. Os palcos se despedem de parte de sua história. Palmas, Palmas e mais palmas.

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