Lovecraft Country Review: Episódio 6 – Meet Me in Daegu

Foi ao ar na noite de ontem, o sexto episódio de Lovecraft Country‘ na HBO… E para quem imaginou que teríamos muitas respostas, se enganou. o intitulado “Meet Me in Daegu” mais deixou dúvidas do que esclareceu algo.

“Meet Me in Daegu” nos transporta diretamente para o ano de 1949, às vésperas da guerra na Coréia; onde conhecemos -finalmente- Ji-ah. A jovem está no cinema assistindo um dos filmes de Judy Garland, atriz que ela muito adimira e decora todas as uas falas.

Vale lembrar que tocar no ponto da Guerra da Coréia é um ponto extremamente significativo, pois ainda hoje esse conflito é nebuloso, sendo raramente ou nunca retratado na mídia ocidental. O episódio procurou mostrar muito das consequência da Guerra para o lugar.

Salvo relevante a essa questão para a HBO, precisamos de fato enaltecer. A emissora trouxe a tona o massacre de Tulsa em Watchmen e agora os eventos obscuros da Guerra da Coréia; ela está lançando um holofote em questões enraizadas no pré conceito ao longo dos anos, para que pessoas conheçam a real história.

Logo após descobrimos que Ji-ah é uma Kumiho: um espírito vingativo de raposa de nove caudas amarrou o corpo de uma bela mulher para enredar os homens, sugando suas memórias e força vital de seus corpos antes de destruí-los em uma chuva de sangue e vísceras.

É preciso ressaltar que Ji-ah não nasceu esse monstro, e sim foi criado por sua mãe, como forma de se vingar do marido que abusava da filha quando criança.

A relação de Ji-ah e sua mãe tem tantas camadas. Desprezo, intolerância, abuso psicológico: “Você não entende porque o amor dele estava errado porque você não pode sentir amor. Você não pode sentir nada porque é um monstro.” Tal diálogo é um dos mais profundo e reveladores sobre a origem do monstro, que Ji-ah nunca escolheu ser.

Como em todo episódio, Lovecraft Country trouxe a tona a crítica social referente ao abuso, quase que desenhando que na maioria dos caso, o abusador está no seio familiar.

Mas o que Ju-ah tem a ver com Atticus?

Tic estava lutando na Guerra, e Ji-ah era uma enfermeira. Seu pelotão decidiu, fadado em abuso de poder, fuzilar as enfermeiras do turno de Ji-ah acusando-as de delação. Tic foi o responsável em assassinar a melhor amiga que Ji-ah e isso ficou marcado.

Tempos depois, Tic estava acamado na enfermaria de Ji-ah e ela decide se vingar, ela precisa de 100 almas para se livrar do monstro que nela habita, e decide que Tic a última que falta.

Podemos trçar dois paralelos aos acontecimentos acima. No primeiro, a morte da amiga de maneira violência, pode ser considerada semelhante a vilência infringida à Yahima por Montrose no episódio quatro, intitulado “A History of Violence.” Ambos retratam como as pessoas não brancas são violentamente tratadas e marginalizadas ao longo das gerações.

Já o segundo paralelo é em relação a magia. Tanto Ji-ah, quanto Tic tiveram a magia inseridas em suas vidas sem escolhas e sofrem as consequências disso.

Descobrimos junto com Ji-ah que todas as decisões na vida de Atticus, foram tomadas com base nos traumas vividos em sua infância. Ir para guerra foi escolha sua, para fugir dos abusos que sofria em casa por seu pai.

No meio do plano de tirar a vida de Tic, Ji-ah acaba de apaixonando, e vê muito dela nele. Quando vão ter uma relação sexual, ela exibe sua forma real, onde ela vê o futuro de Tic, que aterrorizado foge. A cena reflete os sentimentos de Ji-ah que só deseja conhecer o amor de verdade, e que parece sentir com Atticus.

A questão é que “Meet Me in Daegu” responde a pergunta feita no final do episódio cinco “Como você sabia?” Descobrimos como ela sabia… Mas e ai? Como Tic vai morrer? Será que vai mesmo morrer? Será que vai acontecer como Ji-Ah previu?

Cabe os próximos episódios nos esclarecer. Ansiosos estamos. E você, curtiu esse episódio?

A série é exibida aos domingo às 22h na HBO.

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