Nem tudo são facadas!

Muito se tem comentado sobre os casos de assalto no Rio de Janeiro nas últimas semanas. Resisti muito a escrever sobre esses acontecimentos e, principalmente, sobre o que tem sido dito nas redes sociais sobre o assunto. Sabemos bem sobre a intolerância das pessoas em redes sociais, sabemos mais ainda que, a maioria das pessoas que mora no interior do Brasil, realmente acredita que só no Rio de Janeiro existe problema de violência. Vamos nos ater aos fatos e dados reais do nosso país para dar base a alguns argumentos, senão, ajudaremos a formar mais uma geração sem conhecimento e, principalmente, atrasada em seu conceitos básicos. Nem tudo são facadas por aqui, assim como nem tudo é pão de queijo em Minas Gerais, por exemplo. Um dos maiores problemas de se viver em um país grande, como o nosso, é a quantidade de desigualdade em diversos setores, um deles, a comunicação. A Rede Globo, principal distribuidora de conteúdo televisivo no Brasil, se atém, basicamente, ao que rola no Rio de Janeiro e em São Paulo, porque são os maiores PIBs do Brasil. Não acredite em tudo o que você lê na internet ou em tudo o que você assiste nos jornais da TV. Sabemos que polêmica compra audiência, não queremos ser mais um boizinho do rebanho, queremos? Longe de mim criticar diretamente apenas a Globo, como a maioria dos blogueiros faz, ela não é a única responsável pelo bitolamento comunitário que estamos acompanhando. Tem muito site, blog, portal, de notícia, de reflexão, de qualquer coisa, se fazendo da mesma estratégia. Até porque, essa é a estratégia de comunicação mais antiga do mundo. Eu já morei no Rio de Janeiro capital, quando criança, depois me mudei para o interior de Minas Gerais, fiquei alguns anos, me mudei para Volta Redonda, interior do Rio de Janeiro, fui fazer faculdade em Seropédica, também interior do Rio, meus pais se mudaram para Joinville, interior de Santa Catarina e, hoje, moro em Itaguaí, interior litorâneo do Rio. Sei bem as diferenças sociais, econômicas e políticas de alguns lugares específicos, como esses que citei e muitos outros. Nunca morei fora do Brasil, mas, leio notícias verdadeiras o suficiente para saber que não estamos sozinhos no ramo da violência. Temos concorrentes fortes por aí. Deixemos de nos iludir. Brasil Andar pela cidade do Rio de Janeiro, hoje em dia, não é muito diferente do que era há alguns anos, quando morei aqui efetivamente. Hoje, circulo pelos centros, até porque, moro no interior, mas trabalho aqui na capital. Já fui assaltada algumas vezes e aprendi muito em todas elas. Sei andar com todos os meus pertences guardados, não acho certo, mas, em centros urbanos, precisamos dessa precaução. O que eu acho que está faltando na consciência do brasileiro, é saber identificar que, um médico ser esfaqueado na Lagoa Rodrigo de Freitas (um dos pontos mais turísticos do Rio), em consequência de um assalto, é quase igual ao que o governo está fazendo com a economia do país. Os mesmos governantes responsáveis pela educação, pela saúde, pelo saneamento, são responsáveis pela segurança pública. Nesse mérito, vou repetir o que digo sempre: precisamos começar a nos importar com as eleições brasileiras muito tempo antes da eleição em si. Precisamos estudar propostas dos partidos, ver quais as verbas que serão distribuídas para os estados, municípios, enfim, entender a política de administração pública que cada candidato pretende oferecer. Só assim, poderemos cobrar com argumentos bons, com embasamento e claro que, nesse momento, seremos ouvidos. Nenhum dos últimos governantes nacionais, nos últimos anos, focou em segurança pública. Por isso, como podemos esperar que sejamos um país seguro? Política brasileira O Rio de Janeiro não é só facada, ele é gente divertida, entretenimento, turismo, trabalho (muito trabalho, independente dos nossos horários e rotinas), samba (não tem problema nisso, tem?), educação, saúde, saneamento, favelas (sim, infelizmente, como a maioria dos grandes centros urbanos) e muito mais. Temos que cuidar de todos os setores de nossa cidade, da mesma forma que outras cidades precisam se preocupar com as mesmas ou outras coisas. Não adianta comparar o interior com capitais, são estilos de vida diferentes e, acredite, isso independe de sermos terceiro mundo ou não. Acontece aqui, acontece nas grandes potências. Vamos começar a colocar a mão na consciência, vamos começar a estudar de verdade, vamos começar a cuidar do que reclamamos tanto. Já falei outras vezes, aqui no blog, que educação e consciência, começam dentro de casa. Não podemos ficar sentados no sofá, apontando o dedo. Detesto ficar criticando coisas aqui no blog, porque acho que o espaço não é para isso, falamos de entretenimento, falamos de coisa boa! Mas, acho válido aconselhar sempre que possível, sobre o que vejo de errado e ruim nas redes sociais – já que passamos a maior parte do nosso tempo por ali. Faz parte do meu papel, faz parte do espaço que criamos aqui com vocês. 🙂 Sejam mais conscientes, por favor, o futuro do Brasil agradece.