Lupin traz o ritmo de Sherlock Holmes na pele de um anti-herói

Sem fazer muito alarde, Lupin chegou à Netflix e fez muito fã de Harry Potter subir pelas paredes. É impossível ouvir o nome e não pensar imediatamente em nosso querido professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, interpretado por David Thewlis. Mas é claro que não estamos falando de Remo Lupin, principalmente quando pronunciamos o nome da série corretamente. Lupin se lê “Lupan”, pois é uma palavra francesa, assim como todo o cenário e os personagens que compõe a trama. É provável que você nunca tenha ouvido falar de Arsène Lupin ou Maurice LeBlanc, mas para a literatura francesa eles representam algo semelhante ao que Sherlock Holmes e Arthur Conan Doyle representam para o mundo. 

Arsène Lupin é um personagem de ficção francês criado por Leblanc em 1905. Ele é conhecido como o Ladrão de Casaca e assim como seu rival britânico, ele usa toda sua inteligência, sagacidade, perspicácia e percepção para se tornar um verdadeiro mestre dos disfarces. Sob vários nomes, adereços e rostos, Lupin se transforma para realizar seus crimes e sempre obtém êxito. Na série, o ladrão é interpretado por Omar Sy, que usa os conhecimentos que adquiriu nos livros de LeBlanc para vingar a morte do pai. Assane Diop, seu verdadeiro nome, cresceu órfão após ver o pai cometer suicídio na cadeia, por um crime que não cometeu.

A série

Não é preciso muito para ambos a série e Omay Sy caírem nas graças do público. Desde que estreou, Lupin já desbancou Bridgerton e se tornou a série mais vista da Netflix na última semana. Com apenas cinco episódios, o seriado inspirado nos clássicos de LeBlanc praticamente garantiu a segunda temporada ao terminar com um arco de cenas fenomenal (e instigante). Os episódios nos levam ao presente e ao passado do protagonista, buscando explicar as consequências que o passado trouxeram no futuro de Assane. 

A trama toda gira em torno do Colar da Rainha, que pertence a uma rica família francesa, os Pellegrini. Quando o colar vai a leilão no Louvre, ninguém imaginou que o mesmo poderia ser roubado, principalmente diante de toda a segurança do local. A segurança francesa certamente não estava preparada para todos os truques que Assane tinha na manga, desde os mais simples até os mais absurdos e divertidos, que farão o público querer ser comparsa de seus crimes. Assane está sempre a frente da polícia e de seus planos, repetindo tudo aquilo que LeBlanc lhe ensinou. 

Lupin

Sy é a grande cereja do bolo do seriado, com um carisma enorme e um talento absurdo para interpretar o protagonista. Ele é divertido, é enigmático e também sabe ser sério nos momentos corretos. Em cada disfarce, Omar assume o novo personagem e parece realmente ser outra pessoa, dentro de um mesmo personagem. Ao longo da trama, descobrimos personagens que fizeram e fazem parte de sua história, como o melhor amigo Benjamin (Antoine Gouy) e sua amizade com Fabienne Beriot (Anne Benoit), um dos momentos auge do seriado. Eles compõe o elenco coadjuvante, que dão toda a base para o desenvolver da história de Sy. Cada episódio tem uma história única, que compõe a trama principal e engatam na rede complexa que existe dentro da cabeça de Assane. É um grande quebra-cabeça, com muitas peças faltando. 

O que temos aqui é um Sherlock Holmes as avessas, com a mesma genialidade, mas com objetivos diferentes. Arsène Lupin é um gênio, bem como seu companheiro rival britânico. A primeira temporada acaba e não responde muitas perguntas, deixando margens para algo ainda maior em uma possível segunda. Só nos resta aguardar a confirmação da Netflix. 

A primeira temporada de Arsène Lupin está disponível na Netflix. 

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