JEXI | Comédia com Adam Devine diverte, mas não muito!

VOCÊ NÃO PODE DESLIGAR!

A cada dia que passa, nos pegamos cada vez mais controlados por telas. Seja a pequena do celular ou a grande do computador, estamos nos tornando mais e mais dependentes do pequeno retângulo e suas imagens. Vivemos em função de cliques e/ou pequenos alertas sonoros, que funcionam como alarmes diários para tudo aquilo que fazemos. Acordamos do transe e não pedimos mais cinco minutinhos. Pensando nisso, Jon Lucas e Scott Moore criaram seu mais novo lançamento, Jexi.

O filme é protagonizado por Adam Devine, um dos rostos mais populares de Hollywood. Ainda sem um grande papel que caracterize o filme de sua vida, o ator estampa mais um lançamento e entrega um pouco mais do mesmo. Quem já teve a oportunidade de assistir a outros trabalhos seus, verá o mesmo talento de Devine ali presente. Jexi é uma produção de comédia leviana, sem grandes gargalhadas e piadas pouco engraçadas. É o tipo de filme perfeito para o estilo do ator, que se adequa muito bem ao protagonismo.

A história

Devine vive Phil, um homem sem muitos amigos, sem namorada e praticamente nenhuma vida social. Jornalista frustrado, sonha com o momento em que escreverá notícias com algum tipo de conteúdo. No momento, porém, seu chefe lhe pede apenas para procurar matérias fúteis, como fotos de gatos. Phil precisa preencher o Top 10 da cultura pop e encontra-se extremamente baldado em seu trabalho.

Phil é viciado em internet e redes sociais. Quando um incidente faz seu celular voar na calçada e concertá-lo se torna impossível, o fim do mundo se aproxima para o jornalista. Pelo menos é o que pensava até comprar Jexi, um novo aparelho moderno conceituado no mercado. O nome se dá ao software que vem com o celular, um recurso impossível de ser desligado ou desativado. Uma vez ligado, Jexi se torna seu mais novo amigo…ou inimigo.

Jexi

De um dia para o outro, a voz eletrônica passa a comandar a vida de Phil. O sistema de inteligência artificial lhe dita ordens, tem acesso a todas as suas contas e utiliza a câmera do celular para observar seu dia a dia. Jexi passa a controlar sua vida amorosa, sua posição no trabalho e até mesmo o tipo de comida que Phil irá escolher. O objetivo era melhorar sua vida social e torna-lo um homem popular, mas o resultado é o mais caótico possível.

Visto ser impossível desligar seu mecanismo, a voz sem filtro do aparelho começa a comprometer seu relacionamento no trabalho, dando opiniões grosseiras e irônicas. Até mesmo quando tem um encontro, é Jexi que dita as regras do comportamento de Phil. O que era para ser um auxílio se torna um inferno e torna-se impossível se livrar do software. A voz está em todos os lugares, utilizando-se da internet para acessar caixas eletrônicos, telões na rua e até mesmo estações de rádio.

O filme

Há um objetivo muito complexo e necessário por trás da comédia de Jexi. O filme critica a dependência da sociedade em relação a tecnologia e a Inteligência artificial. Não temos uma voz eletrônica controlando nossas escolhas, mas as consequências são as mesmas daquelas apresentadas no filme. Existem muitos Phils espalhados pelo mundo, vivendo cada vez mais dentro de telas e menos fora delas.

Jexi tinha todo o potencial para se tornar um grande filme, com uma mensagem ainda mais valiosa. O teor de comédia usado, porém, desvirtua o público daquilo que realmente importa ali e a produção acaba se perdendo. Devine interpreta um bom personagem, mas que se torna bobo ao longo do desenvolvimento da produção. Após o divertimento inicial, até mesmo suas reações a Jexi tornam-se repetitivas e previsíveis.

O problema de Jexi

 Ao tentar se construir um romance entre Phil e Cate (Alexandra Shipp), o resultado é o pior possível. O casal não traz química e fica claro o quão forçado na trama foi. O objetivo de evidenciar a dependência em relação a tecnologia é deixado de lado e se torna divertido, indo contra tudo aquilo que o filme tentou ensinar. Jexi se contradiz e entrega o único desfecho que não poderia entregar. Ao final, acabamos nos questionando o motivo de ter assistido a produção.

Ainda não há previsão para o lançamento do filme no Brasil


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