Dr. Death: A história real por trás da nova série do Starzplay

Dr. Death, estrelada por Joshua Jackson, chega em setembro no Starzplay. Baseada em podcast de mesmo nome de 2018, traz a tona, não somente a assustadora verdade por trás dos casos envolvendo o extraordinário neurocirurgião Christopher Duntsch, como também toda a corrupção envolvendo os grandes hospitais, e como o dinheiro e o status conta mais que as vidas das pessoas.

Aqui os mocinhos são dois médicos, interpretados por Alec Baldwin e Christian Slater que se juntam para impedir que Duntsch, destrua mais vidas.

Quem era Christopher Duntsch?

Nascido em Montana, passou a maior parte da vida no Tennesse. Seu pai fisioterapeuta e sua mãe professora sempre desejaram o melhor para Christopher, que parecia nunca se sentir satisfeito com as oportunidades oferecidas.

Christopher Duntsch originalmente possui ambição de jogar futebol americano. Duntsch compreendia magnificamente a teoria, mas não possuía habilidades práticas para o jogo. Foi quando decidiu seguir a carreira médica

Em 2010 ele completou os programas de residência em neurocirurgia e MD-PhD no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Tennessee , e, posteriormente, concluiu um programa de bolsa de coluna lá também.

Toda a falha começa aqui, Duntsch completou sua residência tendo participado de menos de 100 cirurgias. Normalmente, os residentes de neurocirurgia participam de mais de 1.000 cirurgias durante a residência. Ele era suspeito de estar sob a influência de cocaína enquanto operava durante seu quarto ano de residência, após o qual foi enviado para um programa de médicos deficientes antes de ser autorizado a retornar ao seu programa de residência.

Rumores apontam que ele foi beneficiado pelo professor responsável pela residência, o liberando das cirurgias, já que ambos eram sócios em uma startup de Biotecnologia.

Ainda durante a “residência” Duntsch conheceu àquela que seria a mãe de seus dois filhos, Wendy Renee Young. Na época, o médico estava com uma dívida de mais de 500 mil dólares, em virtude dos projetos em biotecnologia, decidindo então se voltar para a neurocirurgia, que era uma área incrivelmente lucrativa. É quando ele e Young se mudam para Dallas [Em 2010].

Obviamente que ninguém desconfiara do médico, mesmo acrescentando em seu currículo um programa que nem existia na época, no hospital que mencionara. Se Currículo possuía mais de 12 páginas e mencionava cerca de 15 anos de treinamento.

Duntsch acabou sendo contratado pelo Baylor Regional Medical Center, como cirurgião de coluna com o salário de 600 mil dólares por ano, mais bonificação.

Como era Christopher Duntsch nos hospitais?

A recepção de Christopher Duntsch no hospital foi a pior. O recém chegado emanava um ar de autoritarismo e soberba que de cara incomodou os colegas de profissão.

Randall Kirby, um dos médicos que lutou para que Duntsch pagasse pelos  seus crimes, lembrou que Duntsch frequentemente se gabava de suas habilidades, apesar de ser tão novo na área. Kirby também lembrou que as habilidades de Duntsch na sala de cirurgia deixavam muito a desejar: “ele não conseguia segurar um bisturi”.

Foram 37 pacientes operados por Duntsch em Dallas em dois anos de serviço; destes, 33 ficaram feridos, ou morreram. Algumas pessoas acordaram paralisadas; outros acordaram pós  anestesia com dores permanentes de danos nos nervos. Dois pacientes morreram, um por perda significativa de sangue após a operação e o outro por derrame causado por um corte na artéria vertebral. Um paciente, amigo de infância de Duntsch, Jerry, foi fazer uma operação na coluna vertebral com alguém em quem confiava e acordou tetraplégico depois que o médico danificou sua artéria vertebral.

Tais lesões nunca deveriam ter acontecido, principalmente para um médico que se dizia incrívelmente qualificado. E essa era a fala de absolutamente todos os Doutores envolvidos como testemunhas no processo movido contra Duntsch.

O Modus operandi de Duntsch era basicamente causar tais danos irreversíveis até que fosse “descoberto”, dai então ele se demitia. Tal ato, era benéfico para ele que não era denunciado, e para o hospital que não ficaria em maus lençois por denunciar um médico, e consequentemente abdicava da culpa sobre a vitima.

Sem denuncia, Duntsch poderia trabalhar em outras instituições… E foi o que fez. Depois do Baylor, ele foi para o Dallas Medica Center, onde recebeu privilégios temporários até que os funcionários do hospital pudessem obter seus registros de Baylor Plano. No entanto, o alerta surgiu já na primeira e única semana no local, enquanto as enfermeiras se perguntavam se Duntsch estava sob influência de drogas durante o serviço; e após a morte da paciente, Floella Brown, e a mutilação de outra, Mary Efurd.

Depois de deixar o Dallas Medical Center, Duntsch conseguiu um emprego em uma clínica ambulatorial chamada Legacy Surgery Center; deixando mais vitimas por lá. Quando Duntsch se candidatou a um emprego no Hospital Metodista em Dallas, o hospital o denunciou ao NPDB. Mesmo após este relatório, Duntsch foi contratado pelo University General Hospital em Dallas na primavera de 2013. Neste último, foi praticamente a gota d’àgua para que o mesmo tivesse sua licença revogada, o que só aconteceu em 2013.

O acontecido no University General Hospital foi descrito como uma tentativa de homicídio por Kirby que escreveu uma queixa crime no conselho médico do Texas.

O que aconteceu com Christopher Duntsch após os crimes?

Henderson e Kirby, juntamente com a promotora Michelle Shughart trabalharam duro para conseguir provas e conseguir os depoimentos dos pacientes vítimas de Duntsch. O inquérito não foi a lugar nenhum até 2015, pois precisavam compreender qual caminho deveriam seguir para que fossem certeiros. Eram muitas brechas.

Como parte de sua investigação, os promotores obtiveram um e-mail de dezembro de 2011 no qual Duntsch se gabava de estar “… pronto para deixar o amor, a bondade, a bondade e a paciência que misturo com tudo o mais que sou e me tornar um assassino de sangue frio . “

Em julho de 2015, Duntsch foi preso em Dallas e acusado de seis crimes de agressão com arma letal, cinco de agressão com agravante causando lesões corporais graves e uma de ferimentos para uma pessoa idosa.

Foram 13 dias de julgamento, e 4 horas de deliberação, em 2017 para chegar ao veredito: Culpado à prisão perpétua. Ele não terá direito à liberdade condicional até 2045, quando terá 74 anos.

Todos os quatro hospitais onde Duntsch trabalhou possuem processos contra eles.

A série que chega em setembro ao Starzplay é um grito de alerta ao sistema médico americano, que hoje é a terceira maior causa de morte no país!

A série estreia em 12 de setembro, no Starzplay.