THE CAVE | 10 fatos sobre o documentário indicado ao Oscar!

VOCÊ SABIA?

O documentário, The Cave, dirigido pelo sírio Feras Fayyad, conta a história de um grupo de médicas que lutam contra os bombardeios diários, a escassez de suprimentos médicos e a ameaça de ataques a um hospital subterrâneo em meio a guerra da Síria. O mesmo está indicado ao Oscar e fez sua estreia no último dia 3 no National Geographic.

Para comemorar, listamos aqui, 10 fatos sobre o documentário que você precisa saber. Confira abaixo:

1. ADMIRAÇÃO DO DIRETOR POR MULHERES VALENTES, DESDE CRIANÇA
O diretor sírio Feras Fayyad cresceu cercado por mulheres: sua mãe, sete irmãs e quatro tias. Por conta disso, ele sempre se incomodou com situação das mulheres na sociedade síria, onde são consideradas “sexo frágil”, nascidas para serem esposas e mães, e inferiores aos homens.

2. A EXPERIÊNCIA DE TORTURA
Em 2011, o governo de Bashar al-Assad começou a tomar medidas severas para interromper o movimento pró-democrático. Fayyad foi preso, seu filme sobre um poeta sírio exilado e sua luta pela liberdade de expressão o colocaram na mira do regime. Ele foi preso e torturado por quinze meses. Lá ele testemunhou crueldade e misoginia.

3. O DESCOBRIMENTO DE AMANI BALLOUR
Em agosto de 2013, o governo de Al-Assad realizou um ataque de armas químicas em Guta. Mísseis foram lançados às 2:30 da manhã, o que asfixiou a população enquanto dormia. Feras Fayyad ficou chocado ao ver imagens de dois médicos que trabalharam rápida e decisivamente. Um deles era uma jovem pediatra, Dra. Amani Ballour.

4. AMANI, UMA SÍNTESE DAS MULHERES DA VIDA DE FAYYAD
“Eu podia imaginar minha mãe, minhas irmãs e as mulheres que haviam sido espancadas durante minha prisão em todas as histórias que foram contadas por Dra. Amani. Ela não apenas cumpria seu dever como médica: ela estava desafiando os estereótipos e preconceitos que a sociedade síria tem sobre as mulheres”, lembra Fayyad.

5. A CAVERNA
Amani foi nomeada diretora do hospital subterrâneo, em Guta. Os pisos subterrâneos faziam parte de um hospital em construção que permaneceu inacabado e vazio desde o início das guerras. A área foi dividida em salas: uma clínica pediátrica, uma clínica para mulheres, uma sala de operações, uma sala de recuperação e um espaço de recepção de emergência.

6. UM FILME DIRIGIDO À DISTÂNCIA
Incapaz de ir a Guta devido ao cerco, o diretor teve que reunir uma equipe de filmagem para trabalhar dentro do hospital subterrâneo. Sua busca o levou a três talentosos colaboradores: Muhammed Khair Al Shami, Ammar Sulaiman e Mohammed Eyad, que fizeram um mapa detalhado do hospital para que ele tivesse uma ideia concreta da distribuição, das várias salas e túneis. Eles se comunicavam online duas vezes por dia e enviavam as imagens em pequenos arquivos.

7. O DESAFIO DE NÃO PERTURBAR
Fayyad deu-lhes instruções, passo a passo, sobre as técnicas necessárias durante as filmagens para captar a sensação de intimidade que procurava. Fayyad produziu o documentário seguindo o estilo do cinéma verité, através apenas dos personagens, sem narração ou entrevistas diretas à câmera. O diretor queria que sua equipe seguisse os personagens por longos períodos de tempo e os filmasse trabalhando e também em suas vidas pessoais: comendo, se comunicando com a família, conversando entre si.

8. FALTA DE LUZ
Os cinegrafistas enfrentaram inúmeras dificuldades técnicas, principalmente devido à impossibilidade de acessar equipamentos sofisticados de alta qualidade e adequados para filmar pequenos espaços escuros. Quando havia uma queda de energia, um dos operadores de câmera acendia a lanterna do celular. Além disso, os personagens raramente iam à superfície, para não correr risco de morte por um dos frequentes ataques aéreos dos caças russos.

9. ATENÇÃO ÀS MENINAS
Dra. Amani age de acordo com suas convicções e com atenção especial às meninas, as quais o futuro ainda é uma questão indefinida. “Em nossa sociedade, espera-se que as mulheres se casem quando são adolescentes. A maioria dos homens e pais diz: ‘Você se casará e irá para a casa de seu marido’. Por isso, é preciso falar com elas sobre isso”.

10. A ETERNA ESPERANÇA POR JUSTIÇA
Quando perguntado sobre suas expectativas em relação à caverna, a Dra. Amani foi, como sempre, direta: “Quero que este filme signifique um passo no caminho da justiça, talvez possamos fazê-la um dia. Quero contar à geração mais jovem da Síria, os filhos dos sírios, a verdade sobre o que aconteceu aqui. E, especialmente, quero que as mulheres do meu país saibam que são fortes, que podem desafiar restrições, que podem fazer o que querem. Tentei dizer a todas as mulheres que vi, o tempo todo: ‘Não preste atenção à sociedade, ao que as pessoas dizem sobre você. Você tem que fazer o que quiser. Você tem que ter fé em si mesmo’. Algum dia, as coisas vão mudar! A sociedade vai mudar.”

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