LA CASA DE PAPEL 5: parte 2 entrega desfecho nostálgico e previsível, mas com mensagem potente

Desde quando LA CASA DE PAPEL estreou, ela se tornou um fenômeno. E quem poderia imaginar, que uma história, contada na perspectiva de ladrões que realizariam um dos maiores assaltos à casa da moeda da Espanha, ganharia o mundo e daria voz a tantas minorias que só queriam ser ouvidas.

O macacão vermelho se tornou um ato de resistência, ao redor do planeta, se tornou um manifesto silencioso de pessoas que tinham muito a dizer. O que começou com uma série que criticava o sistema político espanhol, serviu de alerta para outros sistemas nos demais locais do globo.

Foram muitos capítulos, e o que era uma temporada pra TV, ganhou mais espaço com a Netflix, quanto teve seu direitos comprados, mais temporadas viriam para o público. Mas o que mais eles precisam dizer? Nos nos perguntamos, e agora, com a primeira parte do quinto ano do show, eu respondo MUITO!

Quando eu penso da quinta temporada de La casa de papel, penso em tudo dito acima, mas penso também de como a podridão que vemos em nosso país não é algo exclusivo, o mesmo acontece na grama do outro, às vezes em níveis ainda maiores. Penso que o amor, tenha ele nascido da pior maneira possível, nos da força mais do que pensamos. Mas, penso definitivamente, que ninguém é completamente ruim, e muitas das vezes isso é tão somente uma máscara que ele assume pra si, que chega a ser difícil tirar.

Como prometido, o começo do fim de La casa de Papel, foi mais intenso, mais feroz, mais mortal e nos arrancou muitas lágrimas… Trouxe a temática do trauma, que ainda não tinha sido muito explorada, e como isso pode vira a influenciar o grupo… No entanto, a experiência desta quinta temporada, nos faz refletir, sobre as inúmeras vidas que podemos viver dentro de uma única e de como podemos nos reinventar depois de cada queda, ou perda.

Já esta última leva de episódios que chegou hoje, 03 de dezembro na Netflix… Verte para um outro âmbito da narrativa. Se a parte 1 foi explosiva,  esta foi fundo na ferida social, além de abordar o lado escondido do professor.

Nestes. últimos episódios podemos ver ainda mais críticas ao patriarcado dentro das grandes corporações; e como estas vivem de aparências.

Confesso que achei a conclusão, incrivelmente previsível, mesmo que emocionante de alguma forma. Além de acreditar que muitas nas problemáticas inseridas foram resolvidas se utilizando de alguns facilitadores que não faziam muito sentido. Mesmo ainda achando LCDP genial, essa genialidade faltou em muitos momentos, onde esperávamos o professor tirar alguma carta da manga.

Por falar em professor, a metáfora de que todas as máscaras são a forma do professor esconder a realidade do que sempre foi, a resistência! E mesmo tendo morrido, Tóquio não deixou de ser relevante, servindo não somente como narradora, mas também como àquela voz de incentivo na cabeça no Professor.

Gostaria de destacar que para mim um dos maiores pontos positivos foi a relação entre o Professor e a Sierra. Que dinâmica incrível! Uma pena que tenha sido aproveitada por tão pouco tempo. 

Em suma, a série encerrou brilhantemente. Essas temporadas eram necessárias? Para o contexto da obra, não! Mas nós fãs amamos, então LCDP nunca é demais. E mesmo apostando mais na nostalgia, e com menos potência a mensagem deste show nunca perde a relevância. LCDP sempre foi sobre o governo e a corrupção dos que os cercam; e entender a importância que nós enquanto população temos é a nossa principal lição. Que sejamos, sempre, a resistência!

Todas as temporadas de La Casa de Papel estão disponíveis na Netflix 

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