A história real por trás do filme Entre Mulheres

O longa pode não ser o favorito entre os indicados ao Oscar, mas sem dúvida é um dos mais relevantes.

Entre Mulheres chega no próximo dia 02 de março nos cinemas brasileiros, e acompanha um grupo de mulheres em uma comunidade menonita isolada que luta para reconciliar sua realidade com sua fé após uma série de agressões sexuais cometidas pelos homens da colônia.

O longa, estrelado por Frances McDormand, Rooney Mara, Claire Foy e Jessie Buckley pode não ser o favorito entre os indicados ao Oscar, mas sem dúvida é um dos mais relevantes.

O indicado ao Oscar adapta o livro de Miriam Toews, e vem sendo cotado como o melhor na categoria de Roteiro adaptado. No entanto o que a maioria do público não saiba, é que Entre Mulheres é baseada em uma história real.

Antes de explicar, precisamos contextualizar. O filme é ambientado em uma comunidade Menonita. Mas o que são as comunidades Menonitas?

Menonita é uma igreja cristã famosa por seu estrito protestantismo e pacifismo. Os mais radicais são conhecidos como ‘Velhos Colonos’, que acreditam que apenas vivendo a vida simples de seus ancestrais – usando arados, bois e rejeitando eletricidade e outros avanços modernos – garantirão seu lugar no céu. As comunidades menonitas são parecidas com os Amish no que se refere a se opor a vida moderna. Os mais radicais entre eles vivem vidas que se assemelham ao século XIX. Os papéis tradicionais de gênero são estritamente respeitados e, muitas vezes, ouvir música ou possuir um telefone celular pode ser punido com excomunhão. A Mais conhecida atualmente se localiza na Bolívia.

A própria autora do livro adaptado para o filme nasceu em uma comunidade menonita no Canadá; ela saiu quando completou 18 anos. “Senti que tinha a obrigação de escrever esperança de mudança para meninas e mulheres menonitas”, disse Toews ao The New York Times. “Espero que o patriarcado menonita e a misoginia inerente ao fundamentalismo que os menonitas conservadores pregam, um dia mudem.”

A História real por trás do filme

Como mencionamos acima, a comunidade mais conhecida é a boliviana, e foi exatamente lá que aconteceu. O ano era 2005 e em toda a comunidade mulheres e crianças acordavam como os mesmos sinais: Pijamas rasgados, sangue, sêmen na cama e dores de cabeça e pelo corpo; além de um estado constante de letargia como se houvessem sido drogados.

Algumas mulheres relatavam flashes de memória de homens sobre elas, ou de serem amarradas e arrastadas.

Mas estamos falando de uma comunidade religiosa, não é mesmo?! E como comunidade a submissão feminina se faz presente. Então, essas mulheres se mantiveram caladas acreditando serem ataques espirituais. Quatro anos depois quando resolveram falar, foram consideradas mentirosas, ou até mesmo, loucas.

Foi só em 2009, quando dois homens foram pegos após uma das mulheres acordar durante o ataque que tudo mudou.

Nove homens com idades entre 19 e 42 anos confessaram os ataques à 130 vítimas com idades entre 03 e 65 anos.

“Para incapacitar suas vítimas e possíveis testemunhas, os homens usaram um spray criado por um veterinário de uma comunidade menonita vizinha que ele havia adaptado de um produto químico usado para anestesiar vacas. De acordo com suas confissões iniciais (que mais tarde se retrataram), os estupradores admitiram – às vezes em grupos, às vezes sozinhos – se esconder do lado de fora das janelas dos quartos à noite, borrifar a substância pelas telas para drogar famílias inteiras e depois rastejar para dentro.” [Via Vice]

O Julgamento dos réus aconteceu em 2011 e oito dos homens foram considerados culpados e sentenciados a 25 anos de prisão.

Entre Mulheres chega aos cinemas brasileiros em 02 de março, verifique a classificação indicativa!

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