Conheça a Editora Mino!

Não é de hoje que digo que estamos vivendo um belo momento para ler quadrinhos no Brasil. Além de muita publicação gringa chegando por diversas editoras que agradam nichos diferentes e exigentes, temos também muito material nacional de qualidade sendo lançando, seja por conta dos próprios autores (via investimento pessoal ou financiamento coletivo) ou através de editoras que percebem que este segmento tem cada vez mais fãs. A editora Mino segue no caminho de incentivar o quadrinho nacional e está, em pouco tempo, criando um portfólio de muita qualidade. Aproveitamos o embalo para trocar uma ideia com essa galera, na entrevista que vocês lerão agora! 😉
Qual o sentimento e qual a oportunidade percebida no mercado de quadrinhos para abrir uma nova editora? A MINO é um sonho antigo, um sonho derivado de uma grande paixão pelos quadrinhos, (coisa que, acredito, motiva a maioria das editoras nacionais). Acreditamos viver um grande momento para quadrinhos no Brasil. Veja, por exemplo, a proliferação de eventos (o destaque de mídia que a CCXP conseguiu é quase impensável a pouco tempo atrás). Queremos fazer parte dessa nova realidade com um trabalho focado em quadrinhos nacionais, com o acabamento e o cuidado que esse material merece. Acho que temos muito a somar para esse novo momento da cultura dos quadrinhos.
Seu portfólio conta com autores cujos traços imprimem bastante personalidade, saindo do traço comercial “padrão”. Esta ousadia, esta essência, este será o padrão Mino? Olha, o padrão da MINO é achar autores que tenham alguma coisa para dizer DE VERDADE, algo que faça a diferença,  obras que digam sobre o que acreditamos ser importante. Outra busca da editora é achar autores com maturidade em sua narrativa, isso não quer dizer que não estamos abertos a novos autores, mas que acreditamos que mesmo entre os jovens existem autores prontos, tanto em desenho como em narrativa.
O mercado nacional de quadrinhos vive uma época bastante rica, com muita oferta de muito material interessante, porém o país vive um momento de instabilidade. Como isso pode refletir o projeto de longo prazo da editora? Apesar de estarmos começando, temos um plano de negócio bem traçado. Esse é um dos grandes diferenciais da MINO, pois mesmo com uma estrutura bastante enxuta e sabendo que o primeiro ano da editora o retorno seria baixo, traçamos um plano de negócio para nos guiar em mares revoltos e estamos seguindo ele com bastante profissionalismo, o que viabiliza a editora como um todo. Em seis meses, tivemos quatro lançamentos (até julho devem totalizar seis). Claro, nos preocupamos com o próximo ano, mas é muito mais uma preocupação editorial em manter o nível que estamos conseguindo neste primeiro ano do que necessariamente com uma instabilidade financeira.
Luciano Salles e Shiko são autores com estilos bastante diferentes, embora haja um ponto de interseção de público que, creio, a Mino tenha percebido. Por que outros caminhos a editora percorrerá? Pode dar um preview dos próximos projetos? A MINO trabalha com uma ideia mais ampla do que o pensamento individual de títulos. Nosso pensamento é a criação de um catálogo de verdade, que com o passar dos lançamentos vire um sinônimo de qualidade. Com isso na cabeça, a nossa maior preocupação é trabalhar os autores e não seus lançamentos, dar suporte para que eles possam alcançar novos padrões, e por isso acreditamos ser importante reeditar obras desses autores, como é o caso do Pedro Cobiaco, que está produzindo A Ilha do Tesouro com a gente, mas antes relançamos uma reedição de Harmatã, obra pela qual ganhou o premio de roteirista revelação do HQMIX 2013, mas que foi pouco divulgada e lida por se tratar de uma obra independente. O mesmo movimento está acontecendo com o Diego Sanchez, que acaba de ganhar o relançamento do Perpetuum Mobile pela MINO. As novidades que podemos adiantar é que já na Fest Comix teremos dois lançamentos no nosso stand: o relançamento do Azul indiferente do céu, do Shiko, que ganhou o HQMIX de melhor desenhista de 2013 e que estava esgotada e também, lançaremos talvez um dos quadrinhos mais esperados da editora, que é Quadros, o primeiro trabalho totalmente autoral da lenda viva Mike Deodato Jr, A gente não podia estar mais empolgado.
Quais os planos da Mino para participar dos grandes eventos de HQs no Brasil e levar seus autores? Bom, como falamos estaremos com stand no Fest Comix, reunindo pela primeira vez todos os autores já publicados pela MINO: Shiko, Mike Deodato, Pedro Cobiaco, Diego Sanchez e o Lucinao Salles. Vai ser imperdível! Também teremos um stand no FIQ, recheado de novidades e convidados e estamos traçando um plano de atuação na CCXP. Também esperamos marcar presença em eventos menores, mas tão importante para gente quantos esses grandes, como a Feira Dente em Brasília ou a Santos Expo Comics, aqui em Santos.