Vi e Curti: Galavant!

Olá Coxinhos, tudo bom? Estou de volta para mais uma recomendação de férias! Nesse exato momento, você deve estar se perguntando: “Sim, e daí? Quem diabos é você? Nunca li um texto seu.” – e seria realmente um questionamento mais do que justo, pois não tenho sido um colaborador muito presente. Triste verdade é que, como todo escritor que se preze, eu tenho passado por um bloqueio criativo. Eu realmente acho que todo escritor passa por isso, de verdade. A gente começa a achar que todas as histórias já foram contadas, que não há nada de novo que valha a pena ser escrito e que todas as nossas ideias são chatas e cópias de algo que já foi feito. E isso é um saco. Mas a gente sempre supera isso (eu espero) e, no meu caso, eu tenho certeza que Galavant vai ter algo a ver com isso. Falo da nova série da ABC, idealizada por Dan Fogelman, que conta a história de Galavant, um cavaleiro decadente e aposentado. O resumo geral é que Galavant, interpretado por Joshua Sasse, era o cavaleiro mais famoso de toda a terra. Ele era bonito, galante, corajoso e conhecido por ter matado um dragão. Ele era amado por todos e tinha uma vida abençoada por tudo que um bom cavaleiro podia querer: fama, glória e o coração da linda Madalena (Mallory Jansen). Tudo muda quando o rei Richard (Timothy Omundson – o Lassiter de Psych) vê e se apaixona por Madalena. O rei, então, com a ajuda e seu cavaleiro Gareth (Vinnie Jones – Snatch, Porcos e Diamantes), sequestra a princesa e obriga-a a se casar com ele. Como todo bom herói, Galavant parte para resgatar sua amada. Montado em seu cavalo veloz, ele viaja até bem longe, passando por paisagens incríveis, para chegar ao casamento real e impedir que seu verdadeiro amor se case com outro. galavant cavaleiro O problema é que, quando chega lá (depois de derrotar inúmeros guardas), ele descobre que Madalena não quer ser resgatada. Dada a escolha entre o amor verdadeiro e fama e riquezas, ela escolhe a fama e riqueza, pois “bem, sabe como é, me parece um estilo de vida mais fácil”. De coração partido, Galavant pendura sua armadura, desiste da vida de cavaleiro e entrega-se para a bebida e o sedentarismo. E é aí que a série começa. Galavant acorda de ressaca, como toda manhã, e está procurando algo para beber. É então que princesa Isabella Maria Lucia Elizabetta de Valência (Karen David) entra em cena. O reino de Valência, de onde ela é princesa, foi invadido por uma força impiedosa e cruel e ela foi a única que conseguiu escapar, trazendo consigo a famosa joia de preço incalculável que tem pertencido ao povo de Valência por incontáveis gerações. Ela, então, oferece a joia para Galavant que, em troca, precisa ir até Valência e ajudar a libertar seu povo. Galavant, claro, não aceita a missão, pois não é mais o cavaleiro que costumava ser. Ele logo muda de ideia, porém, quando descobre que a força invasora que devastou Valência é ninguém menos do que o Rei Richard, e que a princesa Isabella (durante o tempo que passou escondida no castelo) ouviu que a esposa do rei estava muito triste e chorosa, afirmando ter “feito a escolha errada”. Com o novo ânimo fruto da possibilidade de recuperar sua amada, Galavant aceita a missão, com seu fiel escudeiro Sid (Luke Youngblood, o Magnitude de Community) e parte em uma nova jornada para enfrentar o rei e libertar sua amada. galavant batalha A história parece meio clichê, não é mesmo? Ela segue à risca a famosa Jornada do Herói, de Joseph Campbell, com direito à Recusa ao Chamado e tudo. É uma história estilo contos de fada que parece ter sido parcialmente copiada de Enrolados (não a toa, o criador dela foi o escritor de Enrolados). De fato, inúmeros contos de fadas, com cavaleiros e reis e lutas de espadas já foram contadas. Então o que faz de Galavant algo tão especial? Não, não são as músicas (esqueci de dizer, mas Galavant é uma série musical, com músicas incríveis). O que faz a diferença é o fato de que a série tem consciência de tudo isso. Em vez de tentar escapar dos clichês, ela abraça eles e faz deles uma parte integral dela. Galavant é ridícula em alguns momentos, e ela sabe disso, e é isso que faz a série ser tão boa. Ela não conta uma história nova, nunca contada. Ela conta a mesma história, de um jeito mais ou menos novo e diferente, mas que funciona. Além disso, a série acertou em cheio nos atores. Sasse acerta em cheio o jeito arrogante e pedante de Galavant, Jansen faz uma ótima Madalina, com sua mudança de personalidade com o passar dos anos, e Rei Richard, de Odmunson é impagável. Soma-se a isso diálogos que tem o grau certo de “não se levar a sério”, e algumas referências à series conhecidas (Game of Thrones, estou falando de você), e o resultado é uma série memorável. E o melhor, são apenas oito episódios. Diferente desses novas 412 séries, que tem 24 episódios cada, e que você precisa fazer um rígido processo de seleção para saber quais assistir e quais “colocar naquela lista infindável de séries que você pretende algum dia assistir”, essa é uma série que você consegue assistir a temporada inteira em apenas uma tarde. Se você não tiver mais nada pra fazer, tipo num domingo e tal… E as músicas. Não se esqueçam as músicas. É uma pena que, apesar de ter sido um sucesso em sua estreia, a audiência da série ter decaído com o decorrer do tempo e, por causa disso, a série estar quase garantida de não voltar para uma próxima temporada. Alguns críticos afirmam que a série é boa, as vezes, mas que não é tão engraçada quanto deveria ser. Eu fico triste com isso, pois vejo um grande potencial para a série crescer e os personagens se desenvolverem. galavant Ainda assim, vale a pena assistir a primeira temporada de Galavant por si só. E, quem sabe, se ela for cancelada, ela não vai cometer o erro de séries como Two and a Half Man, que continua a passar mesmo depois do bom senso apontar pro contrário. Eu sou a essa série QUATRO COXINHAS…. Eu não sei se posso fazer isso. Posso? A gente aqui no site poderia usar Coxinhas para dar notas nas nossas críticas, onde Cinco Coxinhas seria o valor máximo. Ai a gente podia colocar o desenho das coxinhas para indicar a nota. Será que a gente pode fazer isso? Vou perguntar para a Cris e o Panda… Bem, agora não estou escrevendo coisa com coisa, então vou parar o post por aqui. Espero que tenham gostado do post e até a próxima. GALAVANT