RICOS DE AMOR | O filme é aquele clichê que funciona!

A Netflix tem investido bastante em suas produções nacionais, e elas estão ganhando cada vez mais destaque na mídia internacional; um grande exemplo foi Modo avião, que alcançou o status de filme em língua estrangeira mais assistido na plataforma. Sua nova aposta é Ricos de amor, que tem todo o potencial para conquistar o público fã de comédias românticas.

A premissa do filme segue a receita de bolo tradicional, tão comum em filmes já conhecidos do gênero, o mulherengo rico, que se apaixona por uma menina pobre e esforçada, e percebe que ter dinheiro não é tudo na vida quando se tem um amor de verdade.

Em Ricos de amor, temos Teto que ao completar 18 anos, recebe a oferta de trabalhar na empresa do pai rico, mas prefere seguir anônimo e tentar a sorte com as próprias pernas. Isso porque conheceu Paula, Uma -quase- médica; e para conquistá-la finge ter crescido pobre e acaba se envolvendo numa teia de mentiras, que o coloca em maus lençóis.

Talvez o roteiro despretensioso de Sylvio Gonçalves e Bruno Garotti, que também dirige o filme possa incomodar, tamanha semelhança com outros romances, mas para mim, são estes detalhes, aliados a realidade brasileira que faz da produção interessante e envolvente.

Mesmo se tratando de uma comédia, a trama propõe debates reais de forma leve, e com propriedade, a fim de trazer para o espectador a auto reflexão. Tais como, o uso de remédios sem receita, o assédio, diferenças sociais, desperdício de comida.

O elenco, funciona como um só organismo, todos se destacam, e permanecem em tela de modo suficiente, demonstrando assim, a importância de cada um para que se propõe funcione. Danilo Mesquita, Giovanna Lancellotti, Ernani Moraes, Jaffar Bambirra, Fernanda Paes Leme, Bruna Griphao e Jeniffer Dias, todos são relevantes e brilham igualmente.

No conjunto, são as diferenças entre os personagens que cativam. Da inconsequência de Teto ao pé no chão de Paula, aliados a uma fotografia impecável do Rio de Janeiro, o longa poderia ser descrito como um “Eduardo e Mônica” contemporâneo.

No mais, Ricos de amor, mesmo se mostrando ser mais do mesmo; Deixa ainda mais claro o potencial brasileiro em suas produções originais e acaba por se provar ser uma boa opção de entretenimento além de deixar aquele quentinho no coração e a sensação de que o amor tudo supera.

Ricos de amor estreia dia 30 de abril na Netflix.

LEIA MAIS SOBRE FILMES