Pequenos Grandes Heróis esquece que seu público cresceu

Quando foi anunciado que Robert Rodriguez traria de volta Sharkboy e Lavagirl, a euforia foi tremenda. O cineasta responsável por produções como Alita, As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl e Pequenos Espiões, esse último muito lembrado no novo filme, anunciou Pequenos Grandes Heróis, uma nova produção que traria de volta os heróis da infância de muita gente.

Em uma pegada semelhante a Descendentes, o diretor traz os filhos de grandes super-heróis, como Sharkboy e Lavagirl. Após passar o choque inicial de termos a confirmação de que eles se tornaram um casal e tiveram um filho, entramos na ansiedade de ver nossos personagens queridos. E somado ao elenco renomado, o retorno da dupla foi o grande chamariz da produção.

O Filme

Quando foi confirmado que Taylor Dooley retornaria como Lavagirl, anos após o primeiro filme, a expectativa pela volta de Taylor Lautner foi enorme. A mesma, porém, não veio e ao invés de escalar um novo ator, Rodriguez optou pela pior opção possível. O Sharkboy de Lautner era extremamente falante, desses que não dá para ficar quieto. O diretor escolheu um dublê de corpo para seu personagem, aqui vivido por J.J. Dashnaw. O rosto foi escondido por uma máscara, mas o fato do personagem não emitir um único som ao longo de todo o filme ficou bizarro. Será que tubarão comeu a língua de Sharkboy ou há uma outra razão para o herói não proferir uma única palavra? Ficou feio, aleatório e muito mal desenvolvido.

Os grandes protagonistas aqui são vividos por crianças, cujos pais heróis se importam mais com seus egos do que com salvar o mundo. Os filhos herdaram os poderes dos pais e foram, por isso, separados do restante das crianças. Eles ainda não sabem controlar os dons, mas uma ameaça alienígena os força a aprender. O problema maior está em Missy (Yaya Gosselin), a líder do grupo de heróis mirins. Ela é filha de Marcus (Pedro Pascal), o líder dos Heroicos, nome dado ao grupo dos adultos. Enquanto todas as crianças desenvolveram poderes incríveis, Missy ainda não sabe os seus.

A Produção

O elenco do filme não faz jus a produção e a qualidade individual de cada um. Temos aqui nomes como Pascal, Christian Slater, Boyd Holbrook e Pryianka Chopra Jonas, cujos talentos são desperdiçados em uma produção fraca. O filme era sobre crianças e ao final descobrimos ser também para crianças, com diálogos bobos, cenas mal desenvolvidas e até mesmo poderes fracos. O público de Pequenos Grandes Heróis, porém, não é composto majoritariamente por crianças, mas sim por adultos que assistiram, ainda jovens, ao sucesso de Pequenos Espiões e Sharboy e Lavagirl.

O humor aqui é bastante bobo, do tipo que muitas vezes nem crianças acharão engraçado. Mas não há como negar que é uma produção que chega ao coração, principalmente com os sentimentos nostálgicos criados pelo diretor. As crianças tocam o emocional do público, que embora esperasse mais, não termina o filme com um sentimento de indignação, quem sabe frustração pode ser aplicado aqui.

Se você, assim com eu, assistiu ao filme com a saudade de Pequenos Espiões, a decepção virá forte e é provável que você volte ao catálogo da Netflix para assistir a uma das produções anteriores. Caso esteja chegando agora, é um bom divertimento.

Pequenos Grandes Heróis está disponível na Netflix. 

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