As garotas realmente dão conta do último episódio de The Boys

Atenção, spoilers

O último episódio chegou com o pé na porta, para fã nenhum botar defeito. Desde os primeiros minutos, a série procura amarrar as pontas que foram sendo criadas ao longo da temporada e cria novas para o que vem por aí. Lutas aguardadas desde o início da série finalmente aconteceram, novos personagens ganharam o coração do público, assim como outros se despediram para sempre de The Boys. E sentiremos saudades. Enfim, vamos ao episódio. 

Logo de início vemos uma situação não muito típica no Brasil, mas bem tradicional nos Estados Unidos. Buscando lidar com um possível ataque de super-terroristas, treinamentos são feitos em escolas e o líder dos comerciais é ninguém menos do que aquele responsável pelos terroristas. Homelander em seu maior estilo bom moço ensina os telespectadores o que deve ser feito enquanto o verdadeiro herói não chega. Com a distribuição de Composto V sendo estimulada pelo governo, mesmo com o custo de 5 milhões por dose, todos estarão armados e com condições de combater o crime pelas próprias mãos. Nada como uma crítica a política armamentista de Donald Trump para começar The Boys com o pé direito. 

O casal

Enquanto isso, o lado dos mocinhos ganha uma nova adição ao elenco, ao passo que Becca recorre a Bruto para ter o filho de volta. O menino foi levado pelo casal do ano no penúltimo episódio e seu resgate é o que molda todo o último capítulo. Ryan foi sequestrado por Stormfront e Homelander, que ensaiam uma relação familiar dentro de seus pensamentos psicóticos. A personagem de Aya Cash faz de tudo para agradar o personagem de Antony Starr, que vê nascer um sentimento paternal a medida que convive mais com o filho. Durante breves segundos é até possível enxergar um pai ali, mas bastam alguns segundos para desistirmos da ideia. 

É tradicional nos Estados Unidos o termo “Planet” associado a algum lugar de entretenimento, como acontece com a franquia Planet Hollywood. Até mesmo Toy Story já ganhou sua versão com o Pizza Planet e em The Boys não seria diferente. O Planet Vought aparece como um centro de diversão para os fãs, todo embasado nos heróis da empresa. O pequeno passeio de Homelander com o filho e Stormfront ao lugar é o pequeno indício de que Ryan é muito diferente do pai. A cena deixa clara a pressão da mídia e dos fãs, não acostumados a respeitar a privacidade de qualquer um que possa ser taxado de famoso. 

E por falar em Stormfront, ela vem se tornando o centro da história desde que seu passado nazista foi revelado e dessa vez não foi diferente. O episódio deixa claro o racismo sofrido por Trem-Bala e enfim descobrimos o motivo de sua saída dos 7. Ponto para The Boys em mais uma forma incrível de criticar o racismo, assunto tão presente e atual na sociedade. O personagem tem sua vingança momentos depois, quando em um ato de redenção egoísta, entrega os documentos a Hughie e Starlight sobre o passado de Stormfront. A informação é divulgada a mídia e o mundo descobre a alma nazista da heroína. É quando o caos acontece. 

Nazismo reverso

Enquanto a série nos mostra mais um dos inúmeros defeitos do pai de Ryan, com frases como “eu não choro muito porque sou homem”, o padrasto ganha ainda mais o coração do público. A série construiu a imagem de Bruto como uma armadura, algo digno de seu sobrenome. Em determinado momento do episódio, o personagem de Karl Urban dá indícios de que não será muito diferente de Homelander, mas sua redenção vem momentos depois. 

Em um dos muitos momentos importantes do episódio, Stormfront ensina a Ryan o conceito de genocídio branco em uma espécie de aula sobre racismo reverso. Para muitos o termo irá soar absurdo, mas The Boys chega para atingir àqueles que não apenas concordam com a “heroína”, como seguem a mesma linha de pensamento, o que é muito bem resumido por ela momentos depois em: “pessoas gostam do que eu digo, só não gostam da palavra nazista”. 

O gran finale

Não há como falar do último episódio sem mencionar os 10 minutos finais. Separe o ar, porque é provável que você fique sem espirar a partir do momento em que Stormfront gira o carro de Becca e Bruto no ar. A cena cria a melhor sequência de luta que já existiu na série até hoje, protagonizada por Kimiko, Starlight e Maeve, lutando contra o nazismo de Stormfront. Kimiko finalmente sorri, Starlight tem seu momento de glória e Maeve finalmente cria a coragem de bater de frente e lutar por aquilo que acredito. As garotas dão conta do trabalho e simplesmente esmagam a verdadeira vilã dos Sete. Até tudo acabar ficamos apreensivos por quem irá sair vivo dali e só podemos torcer para que nossos queridos personagens sobrevivam. Infelizmente não são todos. 

Como se a cena não fosse suficiente, a continuação traz a libertação de Ryan, que finalmente revela seus poderes. O menino realmente herdou o lado super do pai, mas em apenas uma demonstração já se mostra muito mais forte do que Homelander. E não estamos falando apenas dos poderes, mas sim do caráter. Na hora da decisão, Ryan fica ao lado de Bruto, que assume a difícil missão de ser o pai do filho de seu maior inimigo. 

Após a aniquilação de Stormfront, que ainda não morreu, as coisas começam a se ajeitar. Starlight finalmente consegue usar seu uniforme de volta e Maeve ganha o respeito que sempre quis, após ameaçar Homelander com o vídeo do avião. O líder dos Sete extravasa sua raiva da melhor forma que consegue, se masturbando no alto de um prédio, enquanto voa sobre a cidade. 

Pontas soltas

Boa parte das pontas deixadas ao longo da temporada são atadas no último episódio, como a revelação do assassino responsável por explodir cabeças. O momento vem nos minutos finais e certamente irá surpreender a todos. The Boys termina da melhor forma possível, com o melhor episódio até agora e deixando os fãs apreensivos por muito mais. 

A terceira temporada da série já foi confirmada. 

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