Como surgiu a ideia de ‘A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas’?

No próximo dia 30 de abril, chega na Netflix a animação ‘A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas‘. A história, é uma comédia super divertida, que acompanha uma família disfuncional durante uma viagem, e acaba entrando no meio de uma revolta das máquinas; e de repente se tornam a última esperança da humanidade.

‘A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas’ é um filme sobre aceitar as coisas que nos tornam únicos, aprender o que significa ser humano em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia e contar com as pessoas mais queridas diante de ameaças inesperadas.

Em entrevista, o diretor Mike Rianda, relembra que recebeu o convite seis anos atrás da Sony: “Quando recebi o contato da Sony, estava escrevendo um filme de animação em 2D para adultos sobre amadurecimento. Ninguém tinha pedido, mas eu estava trabalhando loucamente nele mesmo assim… Então, quando percebi que tinha a oportunidade real de fazer um filme em animação, nem acreditei. Parecia que alguém estava me oferecendo a chave do carro do meu pai quando eu era adolescente. Eles perguntaram se eu tinha alguma ideia, e eu respondi que tinha milhares. Era mentira. Não tinha ideia nenhuma, mas estava super empolgado. Sempre sonhei em fazer um filme em animação pessoal e único, e essa era a minha chance! Então, para pensar nas ideias, combinei o que eu mais amo no mundo inteiro — minha família louca — com o que eu mais amava quando era criança — robôs assassinos”.

Rianda conta que criou a estrutura do que viria ser ‘A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas’ durante uma viagem de carro de Los Angeles até Salinas: “Meu pai adora passar tempo ao ar livre, caçar, pescar e fazer longas caminhadas pela natureza. Amo meu pai, mas não posso deixar de reconhecer que ele fica totalmente perdido com a tecnologia. Achei que seria divertido se ele estivesse no meio de uma revolta das máquinas e precisasse usar essas habilidades de sobrevivência para escapar… Percebi que estava me transformando no meu pai quando levei minhas sobrinhas e meus sobrinhos para comer pizza e vi que eles pegaram o celular assim que nos sentamos. De repente, foi como se eu tivesse virado o meu pai, com as roupas e a barba dele, reclamando sobre os celulares: “Viemos aqui para passar tempo juntos. O que vocês estão fazendo?! Eu trago vocês para comer pizza com os primos e vocês PREFEREM FICAR NO CELULAR!?” Então, comecei a pensar que talvez a tecnologia seja como uma lente para ver as diferenças entre gerações. Também foi emocionante porque, nesse mundo em que a tecnologia pode fazer tudo o que nós fazemos, comecei a me perguntar o que significa ser humano. Foi aí que a ideia realmente começou a tomar forma”.

Quem nunca fez isso não é mesmo? é incrível pensar que uma animação possa ser tão direta para com alguns sentimentos de desconforto que possuímos constantemente, principalmente quando estamos ao redor de quem amamos, como nossas famílias.

A primeira versão do roteiro de ‘A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas’ começou a ser feita em 2015, juntamente com Jeff Rowe “Ele era fã da forma como eu escrevia…” conta Rianda. A ideia era criar personagens cujo ambos se identificassem: “Nosso foco principal era tentar criar personagens inesquecíveis, que o público adorasse. Tudo o que fazíamos era em função disso. Por isso, escolhemos temas básicos que geram identificação: filhos que buscam independência, pais que querem manter a família unida, a valorização de tudo o que os pais fazem por nós e como os pais precisam deixar os filhos serem livres”, explica Rianda.

Jeff Rowe complementa “Adoro que o filme seja tão realista e baseado em observação. Sim, temos brinquedos gigantes que soltam laser pelos olhos e uma cidade dos robôs, mas a parte essencial do filme é bastante realista. Prestamos muita atenção a pequenos detalhes dos personagens. Eles têm sentimentos complexos, emoções e falhas como as pessoas reais. Gostamos muito da parte engraçada do filme, mas, para nós, o mais importante era conseguir essa profundidade emocional”.

A dupla adotou um sistema em que cada um escolhia a cena de que mais gostava para escrever, e o outro fazia as revisões. O resultado desse processo foi uma das estreias mais engraçadas e verdadeiras dos últimos anos. No entanto, escrever o roteiro de um longa-metragem juntos também teve seus desafios. “O filme foi uma grande mudança para mim”, diz Rianda. “… eu fazia curtas de três minutos para a faculdade. Passar de três minutos para 22 já foi difícil. Então, passar de 22 para 90 foi… já viu aquele meme do cérebro explodindo? Fiquei assim quando passei para o formato de longa-metragem”, conta ele, rindo.

Para acertar nos detalhes da viagem de carro da família Mitchell pelos Estados Unidos, Rianda, Rowe e outros integrantes da equipe de arte e design decidiram viajar também. “Eu disse que poderíamos ir para a casa da minha família em Salinas, uma cidadezinha no norte da Califórnia, ou para Las Vegas. Não sei por quê, mas todos escolheram Vegas…”, conta Rianda, rindo. “Um dos artistas de storyboard sugeriu que ninguém usasse o celular durante a viagem para ver o que acontecia. Assim que guardamos os aparelhos, começamos a ter conversas maravilhosas sobre temas mais íntimos, como nossas famílias e o futuro. Foi uma viagem muito boa”, continua ele.

Os dois também integraram à ‘A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas’, vários detalhes das próprias vidas, suas famílias e suas lembranças da adolescência, quando sonhavam em entrar em uma faculdade de artes apesar do desejo das famílias de ter filhos com profissões mais convencionais.

Dos criadores do premiado ‘Homem-Aranha no Aranhaverso’ e ‘Uma Aventura LEGO’, vem aí ‘A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas’, uma comédia de animação sobre uma família comum que enfrenta um grande desafio… salvar o mundo de um apocalipse provocado por robôs. Tudo começa quando Katie Mitchell consegue entrar na faculdade de cinema que sempre sonhou e não vê a hora de sair de casa. Só que o pai dela insiste em levá-la até a faculdade em uma viagem forçada com a família toda. Quando parecia que as coisas não podiam ficar piores, a família percebe que está no meio de uma revolta de robôs! Absolutamente tudo, de celulares a aspiradores e até brinquedos foram recrutados para capturar todos os seres humanos do planeta. Agora, os Mitchells, incluindo a mãe Linda, o irmãozinho Aaron, o cachorrinho Monchi e dois robôs simpáticos, mas meio burrinhos, precisam salvar a humanidade.

Com direção de Michael Rianda e produção dos vencedores do Oscar Phil Lord e Chris Miller, com colaboração de Kurt Albrecht, e as vozes de Abbi Jacobson, Danny McBride, Maya Rudolph, Beck Bennett, Fred Armisen, Eric Andre e a vencedora do Oscar Olivia Colman na dublagem em inglês.

‘A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas’ chega em 30 de abril, na Netflix.

LEIA MAIS SOBRE FILMES